Leo: o pequeno eu e o Eu Superior

  • 2011


Por Ricardo Georgini

O trabalho de Hércules relacionado ao signo de Leão é a morte do Leão de Nemea. Quinto signo do zodíaco, Leão estimula nos seres humanos a autoconsciência e a auto-regência. Este trabalho representa a descoberta de um eu mais profundo e o exercício de se conduzir na vida a partir deste centro.

Um monstro terrível, um enorme leão e pele impenetrável por qualquer arma, devastou a região de Nemea. Seus habitantes estavam assustados e não podiam viver e se desenvolver normalmente. Hércules foi encarregado de eliminar o animal. Quando ele encontrou o leão, ele disparou flechas, que ricochetearam em sua pele e caíram no chão. O leão se aproximou do herói, rugindo de uma maneira assustadora, mas Hércules gritou com igual força, de modo que os ferozes fugiram.

Hércules perseguiu o leão ao seu esconderijo, que era uma caverna com duas aberturas. O herói entrou por um e atravessou a caverna escura até sair pela abertura do outro lado, sem encontrar a besta. O leão saiu pela segunda abertura e voltou a entrar na primeira. Então Hércules juntou alguns galhos e bloqueou uma entrada, entrou pela outra e também pelo quarteirão. Assim, na escuridão da caverna, ele enfrentou sozinho e desarmou o monstro. Ele agarrou o leão pelo pescoço, apertando-o até morrer afogado. Então ele usou a garra de seu próprio leão para cortar e remover a pele, com a qual foi se vestir.

O leão é chamado de rei da selva e representa o regente interno de cada ser humano: nosso eu. O eu é como o sol; É a fonte de luz e consciência e o centro de nossa vida psicológica. Uma das principais tarefas evolutivas de todo ser humano é desenvolver a autoconsciência, e é isso que todos estamos fazendo, percebendo ou não, através de tudo o que buscamos e realizamos no mundo. Quando existe autoconsciência, o eu pode agir como governante interno, harmonizando pensamentos, sentimentos, desejos, palavras e ações, e produzindo uma vida de sucesso.

Aqueles que aspiram trilhar o caminho espiritual devem estar bem encaminhados para o desenvolvimento da autoconsciência. Não há espiritualidade genuína sem autoconsciência. No entanto, o longo e árduo trabalho de desenvolver a autoconsciência e fortalecer o eu é realizado através do egocentrismo e do interesse próprio, e muitas vezes leva a um egoísmo exacerbado, ambição excessiva, Orgulho exagerado e vaidade excessiva. É essa condição que o monstruoso leão do mito representa.

Por trás do eu que conhecemos, existe o que podemos chamar de eu mais profundo: o Eu Superior, nossa essência espiritual. O pequeno eu é caracterizado por um sentimento de isolamento e separação, mas o Eu Superior sabe que é um com todos e com tudo. No mito, Hércules representa esse Eu Superior, buscando eliminar os excessos do eu pequeno.

O leão era invulnerável a qualquer arma, o que significa que nenhum artifício mental, teoria ou crença técnica poderia resolver a exacerbação do eu. As duas entradas na caverna representam pensamentos e sentimentos, e enquanto estivermos envolvidos com elas, o pequeno eu continuará trapaceando e brincando conosco.

A solução encontrada por Hércules foi sufocar o leão, impedindo-o de respirar o ar que lhe dava vida. O ar que vivifica o pequeno eu é o nosso interesse em nós mesmos. Assim, sufocar o leão significa parar de dar tanta importância e prestar tanta atenção ao pequeno eu, com seus defeitos e qualidades. A exacerbação do eu é causada pelo interesse próprio e não pode ser corrigida pela preocupação com o auto-aperfeiçoamento. A solução é o auto-esquecimento.

Ricardo A. Georgini

Fonte: http://logosastrologiaesoterica.blogspot.com/2011/08/leo-el-pequeno-yo-y-el-yo-superior.html

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