Não há ofensa até quem recebe o palavrão, valoriza-o como tal ... por Gabriel Jorge Castellá

  • 2011

Há um sábio princípio de navegação que diz: “Não importa como os ventos sopram, mas como se localiza as velas. No mesmo mar e com as mesmas condições climáticas, dois navios podem ir em direções opostas. ”Da mesma forma, o que é fundamental para o insulto não é a ofensa recebida, mas a maneira pela qual reagimos a ela. E podemos fazer isso de duas ótimas maneiras

1) Nos colocamos como espectadores, sentimos vítimas e reagimos com violência. Por sua vez, sendo espectadores, podemos ser passivos ou ativos. No primeiro caso, estamos cheios de raiva, mas nos sentimos incapazes de reagir (pessoas que procedem dessa maneira tendem a depressão, câncer, doenças auto-imunes e infecciosas e diabetes). No segundo caso, descarregamos nossa raiva e, diante da violência recebida, nos opomos a mais violência (pessoas que procedem assim têm uma tendência a doenças cardiovasculares). Como aquele homem que se definiu como pacifista porque odiava a guerra, sem perceber que a encorajava. Ambas as variantes constituem respostas estereotipadas e fúteis.

2) Nós nos colocamos como protagonistas e assumimos com consciência a responsabilidade de governar a situação que temos que viver, abordando a situação de uma das seguintes abordagens:

1. Abordagem da ACEITAÇÃO:

Aceite e receba o insulto como ele é, sem concordar com seu conteúdo.

2. Abordagem da SERENITY:

Observe que não faz sentido perder a cabeça para alguém que, ao nos insultar, já mostrou que ele a perdeu.

3. Abordagem de COMPREENSÃO:

Aquele que insulta está louco, momentaneamente cego pela raiva e imerso em problemas que não conseguiu resolver. Ou ele se sente vítima de alguma injustiça, ou conhece sua culpa, mas usa o ataque como defesa. No fundo, ele é uma pessoa que sofre e se sente desamparado ou desamparado; portanto, no final, ele precisa de ajuda e contenção emocional. Dessa maneira, permanecemos serenos e completos, não nos deixando arrastar pela ira do outro e, ao mesmo tempo, temos uma mão solidária para com quem precisa.

4. Abordagem da PRUDENCE:

Advertimos que, o que aparentemente é um ataque à nossa integridade e pode nos prejudicar (como um insulto), é diluído e se desvanece no que realmente é: uma opinião adversa sobre o que parecemos ser, e não necessariamente sobre quem somos.

5. Foco da PAZ:

Se permanecermos serenos diante do insulto, com nossa atitude, dissolveremos instantaneamente qualquer queixa ou difamação.

6. Abordagem do CHARITY:

Se eu posso amar e ficar em paz quando eles me ofendem, não apenas me beneficio, mas também beneficio os outros. Irradiando calma, colaboro e ajudo os outros a se pacificarem.

7. Abordagem da CONSCIÊNCIA:

Se quem me insulta está expressando uma verdade sobre mim, embora indevidamente, aproveito a oportunidade para tomar consciência disso e, assim, ser capaz de me superar. Se a queixa não responde à verdade, não sou quem o outro pensa que sou; nesse caso, não há razão para se preocupar.

8. Foco na REFLEXÃO:

Vamos dar um tempo para examinar o problema com mais clareza e evitar cair em uma explosão de raiva.

9. Abordagem da APPEAL:

Permite que a consciência seja consultada e que este é o guia do nosso comportamento. É mais fácil devolver uma trombeta do que manter o punho fechado no bolso, mas só assim o imobilizador pode ser imobilizado.

10. Foco do HUMOR:

É um excelente neutralizador de ácido de insulto. Uma mulher dirige seu carro, enquanto outro motorista a não acredita, referindo-se à mãe. Ela calmamente abaixa a janela e pergunta: Nós nos conhecemos?

11. Abordagem da ESTRATÉGIA:

A melhor estratégia é o que o adversário não espera. E quando alguém insulta, ele espera que o outro reaja com raiva. A calma remanescente não apenas nos permite governar a situação, mas também desarmar o oponente e semear a semente da dúvida no campo de suas crenças.

12. Abordagem da JUSTIÇA:

Quem insulta, embora de uma maneira ruim, está fazendo uma reclamação. É então possível reconhecer o direito que lhe corresponde (que pode não necessariamente coincidir com o requerido) ou defender o próprio.

13. Foco do TEMPLANZA:

Tanto os que insultam como os que ofendem e reagem perderam o controle sobre suas paixões.

14. Abordagem da TRANSCENDÊNCIA:

Ele permite que você se distancie da situação, saia dela e observe-a de fora.

15. Abordagem da LEI TERCEIRA:

Além do mal ou do bem que fazemos, todos temos adeptos, indecisos e oponentes, em quantidades iguais. Para o terceiro a favor é necessário nutri-lo, para o terceiro flutuante é necessário seduzi-lo e para o terceiro contra ele é necessário saber como governá-lo. O terceiro contra é indispensável para o nosso crescimento (os dois erros mais frequentes estão tentando conquistá-lo ou combatê-lo). Quanto mais lutamos contra o terceiro contra, mais o fortalecemos. Se quem me insulta pertence ao meu terceiro, não vale a pena fazer nada, porque é impossível agradar a todos, assim como não é possível que todos me agradem.

16. Abordagem da COMPETIÇÃO:

O adversário, como o chão, não é nosso inimigo, mas nosso aliado. Ambos, ao resistir à resistência, nos dão a capacidade de nos afirmar e seguir o caminho.

17. Foco da HUMILIDADE:

Por humildade, não parecemos mais do que somos, mas somos mais do que aparecemos. Assim, o insulto é a oportunidade de lembrar que o outro é mais do que aquilo que está mostrando com sua explosão.

18. Abordagem da WISDOM:

Pela sabedoria, o impacto do insulto é absorvido, à medida que o adulto absorve o golpe de um bebê. Assimile a queixa e a transforme, devolvendo-a a uma coexistência saudável.

19. Abordagem da RESPONSABILIDADE:

Ao mesmo tempo, somos tão responsáveis ​​por nos deixar levar pela raiva e pela raiva quando alguém nos insulta a fim de dar uma resposta saudável, sensata e justa.

20. Foco da LIBERDADE:

Ao responder ao insulto com violência, deixamos nossa órbita e perdemos nosso autocontrole. Sou livre para responder com serenidade sendo construtiva, mas sou escravo de reagir com raiva sendo destrutiva.

(*) Extraído do texto homônimo de Gabriel Jorge Castell (C)

Próximo Artigo