As terapias energéticas já são aplicadas em hospitais públicos, mas não registradas nos registros médicos

  • 2014

Alguns médicos se escondem para aplicar tratamentos | Médicos e curandeiros se encontram neste fim de semana em Barcelona para compartilhar experiências com a medicina complementar.
É assim que a terapia de harmonização energética funciona - essa terapia energética é aplicada a mulheres com câncer de mama no Hospital Terrassa (Barcelona). Um estudo médico apóia essa prática, e uma unidade de saúde intergrativa já foi criada para estender o serviço a outros pacientes.
Raquel Mateos

Impor as mãos a alguém é um gesto de interpretação diversa. Na religião católica, por exemplo, a simbologia tem sido extensa na Bíblia, atribuindo propriedades curativas a Jesus e aos apóstolos neste gesto. Salvando distâncias e aterrissando em nosso século, a imposição de mãos faz parte da técnica do Reiki (energia vital universal, em japonês), uma terapia energética reconhecida pela própria Organização Mundial da Saúde e que alguns hospitais estão usando Maneira experimental de tratar seus pacientes.

Apesar da falta de relatórios de qualidade para avaliar a eficácia de terapias médicas não convencionais, isso não significa que elas não sejam eficazes. É uma das conclusões alcançadas pelo Ministério da Saúde há mais de dois anos no único documento oficial sobre terapias naturais que identificou e analisou 139 técnicas nessa área. Este critério serviu a alguns centros públicos e privados em nosso país para iniciar algumas experiências que não tiveram muita publicidade.

Dar amor aos pacientes
Enquanto em outros países, como os Estados Unidos ou o Reino Unido, existem centenas de centros hospitalares onde tratamentos convencionais e energéticos são combinados, na Espanha as iniciativas estão no ritmo de um caracol. "Em oncologia, existem estudos em que a tolerância à quimioterapia é maior em pacientes que cuidam do meio ambiente", explica o Dr. Mariano Provencio, oncologista do Hospital Público Puerta de Hierro, em Madri. Em seu hospital, há três anos, pacientes com câncer têm a possibilidade de receber Reiki.

A iniciativa faz parte do programa de atendimento ao paciente e é realizada por voluntários da Sauce Foundation. Serve para "preencher uma série de espaços em branco e tornar sua vida mais suportável", explica o médico. "Desde o início, ficou claro que não havia terapia complementar para obter melhores resultados terapêuticos, mas os pacientes estão encantados", acrescenta.

Na Catalunha, também são realizadas experiências em dois hospitais públicos. Em Vall d'Hebron, os voluntários da Associação Reiki Catalunya aplicam terapia diária a pacientes no hospital materno-infantil desde 2008, sempre sob demanda do mesmo paciente e se o médico concordar. "Estamos muito satisfeitos", explica Isabel Defez, presidente da associação. Seus voluntários também colaboraram por um ano com o Hospital Clínic aplicando Reiki em pacientes com câncer.

Siga o modelo americano
Na iniciativa privada, o modelo norte-americano do renomado hospital MD Anderson Cancer Center, em Houston, que possui um departamento de medicina integrativa onde eles praticam ioga, foi importado. Esta é a terapia natural mais conhecida pelos espanhóis, de acordo com um estudo do Observatório de Terapias Naturais, e a escolhida nos hospitais de San Roque, em Las Palmas de Gran Canaria. "Aplicamos o tibetano Yoga da tradição Bön, nutrição, atividade física, massagem terapêutica, técnicas de acupuntura e relaxamento, psico-neuro-imuno-endocrinologia e medicina mente-corpo", explica o médico Vanguardia.com Juan Carlos Durán, cirurgião vascular e diretor da Unidade de Medicina Integrativa do centro, criado em julho de 2013.

"Fazemos isso em pacientes com doenças crônicas, mas especialmente em pacientes com câncer", explica Durán, "a saúde pública é administrada por pessoas que têm muito medo de mudar ou que são simplesmente incrédulos, apesar das evidências científicas", e Ele também cita as experiências de outros hospitais americanos de renome, como Sloan Kettering, de Nova York, onde eles aplicam o Healing Touch ou a terapia energética.

Esconder dos outros
A suspeita entre colegas de profissão em relação ao uso de terapias não convencionais é tangível. "Quero revelar que existem médicos que realizam práticas complementares em benefício de pacientes que não discutem isso com outros colegas de profissão ou mesmo com seus próprios pacientes", diz o Dr. Durán, que participará com outros médicos no segundo Simpósio de Médicos e Os curandeiros comemoraram em Barcelona neste fim de semana e onde 40% dos registrados são médicos.

A filosofia deste congresso é construir pontes entre a medicina integrativa e a convencional. Portanto, os resultados de estudos de uma ampla gama de doenças serão apresentados por mais de 30 equipes de pesquisa multidisciplinares, de patologias de câncer a traumas psicológicos, por exemplo. "O objetivo é o estudo de diferentes patologias sob controle médico, com um protocolo o mais empírico possível, combinando medicina convencional e terapias complementares", explica o Dr. Francisco Barnosell, presidente do Simpósio.

Uma porta para os terapeutas
A consulta entre médicos e curandeiros dará a muitos profissionais a possibilidade de explicar suas habilidades. Na Espanha, existem cerca de 10.000 terapeutas, de acordo com a entidade nacional que os protege. “Eles sempre nos perguntam onde está a aplicação científica. Se um terapeuta faz isso, ele não tem credibilidade, mas se um médico faz, sim ”, reclama José Luis Vallejo, vice-presidente da Associação de Profissionais de Terapias Naturais.

Dentre os obstáculos ao exercício de sua profissão, ressalta-se que não há registro confiável do número de pessoas que realizam práticas de terapia natural, uma vez que só precisam estar cadastradas no Tesouro para oferecer seus serviços.

Pare de trabalhar isolado
Muitos desses profissionais desejam poder colaborar em equipes integrais lado a lado com os médicos. “Conheço pessoas que estão sendo tratadas pelo médico, mas não o conheço. E se a pessoa cura ou melhora, ou se atreve a dizer qualquer coisa. Se pudéssemos colaborar, seria mais fácil, pois permitiria resultados contrastantes e proporcionaria ao paciente mais equilíbrio, qualidade de vida e acompanhamento no tratamento, diz Isabel R. Estrada, terapeuta com mais 15 anos de experiência no trabalho de uma técnica combinada baseada em uma parte científica, digitoanálise e uma energia, bioenergia.

Fonte: http://www.lavanguardia.com/vida/20140629/54410476331/terapias-energeticas-hospitales-publicos-medicina-integrativa.html#ixzz3F3q3RgCS

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