Pelos Caminhos de Deus. Reflexões sobre a nossa busca espiritual: O Caminho do Serviço

  • 2019

No primeiro artigo desta série, descrevi brevemente os cinco caminhos que identifiquei na busca de nosso encontro com Deus. Nesta ocasião, expandirei minhas descobertas no caminho do serviço, que é o amor incondicional ao próximo, de dar ajuda sem ser solicitado. Este é o caminho da compaixão, de fazer o que está ao nosso alcance para evitar o sofrimento dos outros e a solidariedade com os mais vulneráveis. Quem escolhe o caminho do serviço tem uma disposição natural e espontânea para atender às necessidades e fazer o bem a outras pessoas. Ele tem uma atitude altruísta, cuja recompensa é a satisfação interna de prestar um serviço. Em muitos casos, esse caminho é um complemento para os seguidores de outros caminhos, pelos quais eles alcançam seu desejo máximo de finalmente servir a Deus. Nesse caso, quando digo Deus, quero dizer o Deus pessoal das religiões monoteístas ou a divindade ou o representante espiritual supremo de outras religiões ou crenças.

As pessoas que seguem esse caminho estão sempre atentas a qualquer oportunidade de ajudar. São humildes, generosos, pró-ativos, colaborativos e, em geral, vão além do que se espera deles, renunciando ao próprio conforto para o benefício dos outros.

Como avançamos e que obstáculos podemos encontrar no caminho do serviço

Penso que a porta que abre o caminho do serviço é a bondade. É o desejo genuíno de fazer o bem sem esperar nada em troca.

Geralmente, esse passeio começa com o serviço de amigos íntimos, como cuidar de um amigo, um membro da família doente ou fornecer suporte na solução de um problema. Às vezes servimos a um estranho, mas não é o mais comum, embora seja uma excelente indicação de que você tem essa virtude.

Nesta jornada, podemos encontrar vários obstáculos. O que geralmente encontramos primeiro é a falta de tempo para dedicar à prestação de um serviço, seja para trabalho ou outros compromissos. Aqueles que realmente têm essa vocação estarão sempre dispostos a sacrificar parte do tempo que se dedicam a servir ao próximo. Se não conseguirmos superar essa dificuldade, temos que continuar nossa busca por outras estradas que exigem menos entregas.

Ao superar a falta de tempo, outro obstáculo que devemos superar é o orgulho, em sua conotação de arrogância e superioridade, que nos faz sentir acima de nossos semelhantes. O grande problema desse tipo de orgulho é que ele mata a compaixão, que é a fonte que alimenta o desejo de evitar o sofrimento dos outros. Se o orgulho nos impede de avançar dessa maneira, devemos vencê-lo ou seguir um dos outros caminhos.

Superando os primeiros obstáculos, podemos expandir nossa gama de ações além de nossos parentes ou conhecidos. Estaremos prontos para prestar serviços comunitários, participar de associações que ajudam os mais vulneráveis ​​da sociedade, como idosos, crianças abandonadas, doentes ou pobres.

O próximo estágio nesse caminho é o serviço ao Ser - ou o representante supremo de nossa crença - e há poucos que o alcançam. O principal obstáculo para conseguir isso é o apego, que é a crença de não ser capaz de viver sem posses. O apego mais forte e mais difícil é o da família. Somente em algumas culturas orientais o ser humano está preparado para se separar de sua família e se dedicar ao seu crescimento espiritual. No Ocidente, achamos essa prática estranha e até desumana.

Também nos apegamos a amigos, bens materiais, nosso estilo de vida e ego, todos os bens difíceis de abandonar para nos dedicar a Deus. Se o apego obstruir o caminho, é aconselhável que sigamos o caminho da fé ou do conhecimento, porque no da meditação também será difícil seguir em frente.

Quando conseguimos superar nosso apego, precisamos apenas superar um obstáculo antes de encontrar Deus, que, como no caminho da fé, é o medo. Nesta ocasião, é o medo de não ser gentil o suficiente para ser aceito pelo Ser Supremo em nossa dedicação a ele. Se esse medo não surgir, finalmente teremos alcançado o objetivo de nosso encontro com Deus.

______

AUTOR: Juan Sequera, autor da família de https://hermandadblanca.org/

Próximo Artigo